Desde o seu início, Silent Hill se destacou por trazer terror psicológico e histórias profundas, diferentes dos jogos de ação do gênero. A fórmula é conhecida: um protagonista atormentado, a cidade coberta de névoa e monstros que representam seus medos e pecados.
Mas a franquia sempre foi melhor quando foge dessa fórmula e tenta algo novo.
Um bom exemplo foi Silent Hill 4: The Room, que trocou a cidade pela prisão mental de um apartamento, trazendo uma nova perspectiva para o horror psicológico. Anos depois, o teaser P.T., dirigido por Hideo Kojima, mostrou o potencial de um novo tipo de terror — mais intimista e desconfortável —, mas acabou sendo cancelado junto com o jogo Silent Hills.
Após um longo período sem novidades, a série voltou com o remake de Silent Hill 2, elogiado mas ainda muito familiar. A verdadeira mudança chegou com Silent Hill f, lançado em 2025.
O jogo se passa no Japão dos anos 1960, bem longe da clássica cidade americana da série. Ele mistura folclore japonês, crítica social e temas feministas, mostrando como o terror psicológico pode ir além da culpa e do arrependimento.
A protagonista, Hinako, sofre com a opressão e a falta de liberdade das mulheres da época — e suas escolhas (ou a falta delas) moldam o rumo da história. O resultado é um Silent Hill que se sente novo e ousado, sem perder a alma da franquia.
Silent Hill prova, mais uma vez, que o horror é mais interessante quando arrisca e se reinventa.
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